Suicídio: Sinais de Alerta Para os Pais

Saiba perceber os sinais de alerta para o suicídio e como agir nessa situação.


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O suicídio é a segunda causa de morte no planeta entre jovens de 15 a 29 anos, perdendo apenas para a violência. No Brasil, entre os anos 2000 e 2016, houve um aumento de 73% na quantidade de pessoas que tiraram a própria vida.


Ainda que muito discutido, o suicídio permanece sendo um tema polêmico e um tabu para a sociedade. A falta de conhecimento  e o receio de tocar no assunto afetam diretamente na forma com que a situação pode ser conduzida, e pode até mesmo interferir em casos extremos, onde, através do diálogo e do acompanhamento psicológico adequado, ele poderia ter sido evitado.


Causas

Existem diversos fatores que podem levar um jovem ao suicídio. Cada caso é um caso, e é preciso ter cuidado ao analisar a situação. Entre os principais motivos de suicídio entre os jovens, podemos destacar:


     A depressão

    A depressão é um dos principais motivos que levam os jovens ao suicídio. A doença é silenciosa, e tem como principais características o sentimento de tristeza crônica e profunda, além da desesperança, pessimismo e a baixa auto-estima. Considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o mal do século, estima-se que a depressão atinja 300 milhões de pessoas em todo o mundo.


     Conflitos amorosos ou familiares

    Conflitos entre familiares ou em relacionamentos amorosos também podem ser responsáveis por suicídio entre jovens. Ambientes em que brigas e discussões sejam frequentes, especialmente dentro de casa, onde deveriam se sentir seguros e confortáveis, podem fazer com que a criança ou adolescente guarde para si suas angústias, acumulando e internalizando sentimentos ruins, o que pode se tornar um motivo para o suicídio.


    Abuso de álcool e/ou drogas

    De acordo com dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), 23% dos suicídios ocorridos no Brasil estão relacionados com a dependência por substâncias psicoativas. “O álcool modifica o funcionamento mental de quem o consome. Os indivíduos ficam desinibidos e perdem o senso crítico e a capacidade de julgamento”, justifica o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, coordenador Nacional da Campanha Setembro Amarelo.


    Bullying

    O bullying pode se tornar um gatilho para a ansiedade, depressão e até mesmo para o suicídio. Recentemente um levantamento realizado no Reino Unido apontou que na faixa etária de 11 a 16 anos, pelo menos 17% dos adolescentes vítimas de bullying consideram tirar a própria vida para fugir da perseguição. Os dados são alarmantes, e assim como os tópicos anteriores, os pais e responsáveis devem se manter atentos aos sinais.


    Traumas emocionais

    Traumas emocionais, especialmente desenvolvidos na infância podem ser definidos como a exposição de uma criança às circunstâncias de violência física, psicológica ou sexual e/ou negligência. E estes, sem o acompanhamento psicológico e a atenção  necessária pode ser um dos principais motivos para que o suicídio aconteça.



    Sinais de alerta

    É preciso estar atento aos sinais de comportamento. Alguns desses sinais podem vir disfarçados como mudanças repentinas na forma de agir ou até mesmo na aparência. Outros, podem ser um pouco mais evidentes, por exemplo, o uso de frases tais como “não aguento mais” ou “o mundo seria um lugar melhor sem mim”. Existe um mito de que esse tipo de frase é utilizada apenas para chamar a atenção, no entanto, esses podem ser pedidos de socorro. Outra situação para ficar atento é a perda de interesse por atividades que antes eram prazerosas. 


    Como agir

Mas, afinal de contas, o que os pais podem fazer a respeito? Além de estar atento a todos os sinais, é importante manter um bom diálogo e comunicação com os filhos. Caso note algum indício, é importante procurar ajuda psicológica. “Se possível, acompanhe-o a um profissional de saúde e peça orientação”, diz o psiquiatra da Rede Brasileira de Prevenção do Suicídio Carlos Felipe Almeida D’Oliveira. Também é importante manter ferramentas potenciais para o suicídio à distância, além de, em situações extremas, nunca permitir que o jovem fique sozinho por muito tempo.